Gentílico: rubineiense
Bandeira / Brasão

Histórico
Rubineia, cidade fronteira, surgiu do amor. Matrimonial e telúrico. O topônimo é a fusão eufônica e carinhosa de Rubens e Néia (Nair) marido e mulher que tanto se amaram e que possuíam a terra onde hoje ergue-se a cidade. Ele, Rubens de Oliveira Camargo, pioneiro da região, homem destemido e desbravador, destacou-se, na curta vida que teve, pelo bandeirismo moderno, de plantador de civilização. Rubens, que a morte cortou cedo num desastre aviatório em plena campanha eleitoral quando candidato único a primeiro prefeito de Santa Fé do Sul, tinha a ânsia de transformar a terra em agente de progresso, de fazer brotar de cada árvore caída uma casa, um lar…Foi herói, sem o saber. Seu trabalho não se prendeu em garantir posses, sua atividade não se perdeu em fazer fazendas: seu amor telúrico foi tanto que à terra ele se dedicou? a alma e o corpo? na paixão incontida de somente amar.
Rubens de Oliveira Camargo sabia que os trilhos da Estrada de Ferro Araraquara chegariam às barrancas do Rio Paraná, cortando suas terras, como a trilha centenária dos tropeiros do Porto Tabuado. Sabia que forçosamente no terminal da via férrea surgiria uma cidade… Não aguardou, contudo, a valorização, para entregar caro parte de suas terras – que ele tanto amava. Era desprovido do egoísmo, do amor possessivo. Planejou, então, o loteamento, vender era o que menos lhe interessava… Para quem quisesse vir à sua Rubineia havia sempre um lote ainda não compromissado, não vendido, que era doado. Condição? Construir, mesmo que fosse às suas expensas.
Bruno Nilsen e Júlio Montanari, vizinhos das terras de Rubens, abrem por volta de 1950, as primeiras propriedades agrícolas; sabem eles também que a terra é dadivosa, que todos os sacrifícios são compensados pelas benesses de colheitas exuberantes. Pouco importa que cá ou lá haja o mistério da terra intangida. Para que o medo do conhecimento e do chão ferido pelo aço benfazejo, das ferramentas há de surgir o progresso, a fortuna? Em 1951 aparecem, na terra onde Rubinéia com amor foi plantada, os primeiros povoadores. Deles o destaque todo especial a Bento Félix da Silva, o pioneiro autêntico, cujo amor à terra se equipara a paixão do fundador.
Félix muda-se para Rubinéia no primeiro momento, quando não havia ainda casa alguma. Seus pertences, por alguns dias quedam-se sob frondosa árvore, um velho ipê, tão resistente quanto sua fibra. A primeira casa que ele constrói, surge rapidamente. Montanari fabrica-lhe os tijolos; a madeira dá-lhe a própria terra. É uma grande casa, com portas para salão comercial, para a Venda, Que logo a seguir se abre. É bem verdade que pouco antes já há um boteco, com o sugestivo nome de Fecha Nunca atendia aos poucos viajantes que demandavam ao Porto Tabuado; é certo também, que Chiquinho, nos acampamentos dos tropeiros, já bebericava em torno de histórias de um tempo que nunca existiu; é real, ainda, que os camaradas do Coronel João Lara, da velha Fazenda Santa Fé, para cá vinham em busca de cachaça e aventuras. Mas as aventuras, os acampamentos, o Fecha Nunca, foram sombreados pelo Boteco do Felix, com três garrafas na prateleira e uma conversa extraordinária atrás do balcão. Por volta de 1952 aporta na vila que então nascia, Mancel Cândido de Azevedo, que monta uma tosca serraria. Ele mesmo, auxiliado por outros poucos pioneiros, derruba, na atual Praça da Matriz, duas velhas aroeiras e, ali mesmo, a machado, lavra o lenho para erigir o cruzeiro.
E a 3 de outubro daquele ano, sob a invocação de Santa Terezinha, pedem ao céu a proteção à urbe que nascia…Lá está silenciosa, a orar, Dona Maria Campeira, velha de tantas virtudes e variado conhecimento, que sabia como ninguém o benzimento para a cobra venenosa, a oração para quebranto, as mezinhas para a maleita, o emplasto para as dores sem nome…Lá estão, observando atentos o Padre Walter a reproduzir o mistério da fé, José Gimenes, o hoteleiro, Nicola Balbi, Euclides, Moacir Ribeiro da Silva, Antonio Spinoza e mais uma vintena de pessoas…O Distrito de Rubineia foi criado pela lei quinquenal de 1953, através do trabalho de Rubens de Oliveira Camargo junto aos líderes de Santa Fé do Sul e ao representante da região na Assembleia Legislativa, o Deputado Salles Filho. Pouco antes, contudo, o então governador Lucas Nogueira Garcez dava por inaugurada a Estrada de Ferro. Os passageiros que demandavam a Mato Grosso, não raro, chegavam a Rubinéia e para percorrer os quatro quilômetros de estrada, entre a estação e o Porto, levavam um dia: a estrada que margeava o rio era toda, um atoleiro só, que somente um carro de boi com cinco juntas conseguia transpor. A estrada de ferro foi indubitavelmente, um fator de progresso para a cidade, não só pelo considerável número de empregados que para cá trouxe, como também pelos melhoramentos que fez surgir. Em 1952, quando Rubineia já possuía perto de 600 eleitores, surgiu liderada pelo então vereador Osmar Antônio Moraes, a campanha pela emancipação política, campanha essa que teve destacado trabalho do presidente do partido político situacionista? PSP? Manoel Cândido de Oliveira. Foi necessário, para a emancipação de Rubineia, um intenso trabalho junto à Assembleia Legislativa, posto que o governador do estado da época, vetará a criação do município.
Finalmente, Rubineia foi emancipada politicamente, pela lei n° 8092, em 28 de fevereiro de1964. Seus primeiros mandatários foram empossados a 20 de março de 1965 e foram constituídos: Prefeito, Osmar Antônio Novaes; Vice-Prefeito, Lázaro Gonçalves da Silva e Vereadores? Carlos Sampaio, Selestrino Pereira da Silva, Sebastião André de Paula, Mancel Biaspo de Aragão, Agenor Oliveira Dias, Manoel Dias, Jesus Honório, Geraldo Rodrigues da Silva e Elias Pereira Machado.
Turismo: Com o represamento do Rio Paraná e a consequente formação do Lago da Ilha Solteira, abriram-se excelentes perspectivas turísticas para o município. Às margens do lago estão construídos dezenas de ranchos e vários clubes e colônias de férias já construíram suas sedes, tais como: Centro do Professorado Paulista (CPP), Associação dos Servidores Municipais de Rubineia, Santa Fé do Sul e do Departamento de Estradas e Rodagem (ASDER) e Esporte Clube Banespa de Santa Fé do Sul. Foi construído (a 1000 metros da sede municipal), pela municipalidade local, em convênio com a Secretaria de Esportes e Turismo do Estado, uma praia artificial, e que nos finais de semana recebe um grande número de banhistas de diversas partes da região. Aniversário da cidade: comemorado em 3 de outubro.

FOTOS DA ANTIGA RUBINEIA…

RUBINEIA SUBMERSA – RESQUÍCIOS…

NOVA RUBINEIA…

Breve Histórico do Município.

Rubineia possui uma história rica e muito bonita, já foi citada em livros de Euclides da Cunha (Estrada do Taboado, Ponte Rodoferroviária) e Inspiradora Rubineia – da fotógrafa Luiza Quadros – maio de 2014, inspirou música e poesia “Os Submersos” – Carlos Drummond de Andrade, virou filme “O Profeta das águas” – excepcional documentário dirigido pelo cineasta Leopoldo Nunes, e novela “Fogo sobre Terra” – Rede Globo/1974, ambos os roteiros baseados na vida do vaqueiro Aparecido Galdino Jacintho, líder religioso que lutava contra a construção da barragem, considerado um herói na defesa do rio Paraná. Em 1973 Rubineia desapareceu sob as águas que formam o grande lago do Rio Paraná que abastece a Usina Hidroelétrica de Ilha Solteira… Renascendo depois, uma cidade nova e bela que encanta a todos que a visitam, tanto pelos seus atrativos como pela cultura e história. A cidade possui os mais variados e belos atrativos, juntando-se as maravilhas do Rio Paraná, com grande diversidade da fauna e flora, praias artificiais de água doce e cristalina, passeios de barco, ilhas de incomparável beleza natural, além da combinação perfeita de tranquilidade e bem estar que só as cidades do interior possuem. E tudo isso acompanhado de muito sol e calor quase durante todo o ano, o que propicia a prática de esportes náuticos e da pesca esportiva amplamente praticada pelos amantes da modalidade que contam com os guias e piloteiros mais experientes da região.

Os Submersos…

“Carlos Drummond de Andrade – poema escrito em 1973 em homenagem às placas de ruas submersas em Rubineia.

“Poetas amigos que eram placa de rua em Rubineia: que tal a vida aí embaixo do lago? A princípio é meio estranho, não? Compreendo, depois a gente se habitua. Nenhuma casa em que moramos se entrega imediatamente. É preciso entendê-la, conquistá-la. E casa de água, então? Uma rua de água, placa indicando esquina de água a transeuntes peixes. Não é todo dia que um objeto destinado a servir debaixo do sol se encontra em semelhante situação. Já sei poeta Bandeira que você está rindo, achando graça no desconforto líquido, captando com olhar agudo a mobilidade de tons diferentes de água, para lhes atribuir correspondência verbal. E você, poeta Cecília, o que conta dessa viagem às vidas submersas, as Holandas hidroelétricas, país de água de Ilha Solteira que romanceiro algum ainda não cantou. Está conferindo o verde de seus olhos com esse verde piscina? Olha: aquele velhinho ali foi seu vizinho aos tempos de Cosme Velho. Uma reverência a Machado de Assis, mesmo em camadas profundas, precisamente belas, é de bom preceito. O ácido Graciliano está mais adiante e ainda não se conformou em ser nome de rua. Acha que tudo isso é palhaçada. Não importa. Se os nomes falam entre si, as placas também dialogam e a dele tem um bom papo de quem viveu momentos fortes e, como ele, sabe comunicar-lhes a emoção em linguagem ríspida. A represa não é um cárcere, como aquele em que o romancista ruminou por faltas não cometidas. É uma nova Rubineia, isentadas limitações municipais da superfície. Sem trânsito de veículos assustadores, sem impostos, papéis, discursos, notícias, bases mil, que toda cidade se corta. Percebo, afinal, essa é a Pasárgada de Manuel Bandeira, oculta em oito milhões de metros cúbicos de água. Eis aí meus caros amigos: a vocês uma boa sorte e muito progresso e alegria.

Luizão, o filho ilustre de Rubineia…

Luiz Carlos Bombonato Goulart e seu irmão Jocimar Goulart são filhos do casal Aparecido Goulart e Jesuina Goulart. Luizão, como é conhecido, nasceu em Rubineia em 14 de Novembro de 1975, é um ex-jogador, que atuava como atacante. E teve passagens por vários clubes do Brasil, como GuaraniParanáPalmeirasVasco da GamaCorinthiansBotafogoSão PauloSantosFlamengo e Grêmio. Além disso é o maior artilheiro brasileiro da Copa Libertadores com 29 gols.  Luizão também jogou pela Seleção Brasileira, tendo, inclusive, participado da conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo de 2002. Em 1997, o então prefeito José Garcia Luiz homenageou Luizão, o filho ilustre da cidade, dando seu nome ao Estádio Municipal “Luizão”, pois, por todos os lugares do mundo por onde andou Luizão falou ser filho de Rubineia.

Luizão surgiu nas categorias de base do Guarani, em 1991. Estreou como profissional, em outubro de 1992, numa partida em que Santos e Guarani empataram por 1×1. Logo em seguida, porém, acabou sendo emprestado ao Paraná. Conquistou o Campeonato Paranaense em 1993, sendo que este foi o primeiro, dos muitos títulos, que ainda viriam pela frente. Depois disso, retornou ao Guarani, em 1994, aonde permaneceu até o final do ano seguinte. Contratado pelo Palmeiras, Luizão sagrou-se campeão paulista de 1996, quando integrou o ataque daquela histórica equipe palmeirense, que em 30 jogos disputados, terminou o campeonato com mais de 100 gols anotados e apenas uma derrota.

Em 1997, Luizão deixou o Palmeiras e foi jogar no exterior, onde passou a defender o La Coruña, da Espanha. Por lá, Luizão conseguiu conquistar somente o título do Troféu Teresa Herrera. De volta ao Brasil, Luizão vestiu a camisa de outro grande clube brasileiro, o Vasco da Gama. Conquistou o Campeonato Carioca de 1998 e, ainda naquele mesmo ano, conseguiu sua maior vitória até então, quando o Vasco sagrou-se campeão da Taça Libertadores da América. Transferiu-se para o Corinthians, no início de 1999, sendo que, logo de cara, acabou sagrando-se, tanto campeão paulista, como campeão brasileiro. Em seu primeiro jogo pelo time paulista no Campeonato Brasileiro marcou 4 gols em uma única partida, contra o Gama. Em 2000, portanto, um ano mais tarde, conquistou o primeiro Mundial de Clubes da FIFA, realizado no Brasil. Ainda no ano 2000, marcou 15 gols, durante a Libertadores da América, tornando-se o artilheiro desta edição. A fase de Luizão no Corinthians foi tão boa, que o atacante foi convocado para a última partida das eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Naquele jogo, contra a Venezuela, o Brasil precisava da vitória, para se classificar para o Mundial. Não decepcionando a torcida, Luizão marcou os dois primeiros gols da vitória brasileira, por 3×0, garantindo o Brasil, e a ele próprio, na Copa do Mundo. Antes de deixar o Corinthians, em 2002, Luizão ainda conseguiu vencer mais um Campeonato Paulista, o de 2001. Depois, teve rápida passagem pelo Grêmio e, em seguida, retornou à Europa, integrando a equipe do Hertha Berlin, da Alemanha. Ficou dois anos seguidos na Alemanha, mas não conseguiu nenhum título. Então, em março de 2004, voltou ao Brasil, contratado pelo Botafogo, quando ajudou a equipe a fugir do rebaixamento. Após uma lesão, veio a rescindir, amigavelmente, seu contrato com o clube. No ano seguinte, mudou-se para o São Paulo, onde conquistou, mais uma vez, os títulos do Campeonato Paulista e da Libertadores da América. Em julho de 2005, trocou o São Paulo pelo Nagoya Grampus, do Japão. Contudo, não aguentou ficar muito tempo por lá e, apenas dois meses mais tarde, retornava ao Brasil, para jogar pelo Santos No início de 2006, ainda em alta, devido ao bom rendimento no primeiro semestre do ano anterior, quando estava no São Paulo, Luizão acabou entrando nos planos do Flamengo. Infelizmente, durante os 10 meses em que permaneceu na Gávea, Luizão teve de conviver com sucessivas lesões, que o deixaram de fora de muitos jogos. Mesmo assim, Luizão foi decisivo nas vezes em que entrou em campo com a camisa rubro-negra, tendo participado, inclusive, da vitoriosa campanha do Flamengo, na Copa do Brasil de 2006. Em meados de 2007, assinou com o São Caetano, onde permaneceu até abril do ano seguinte, quando teve seu contrato rescindido com o clube. Em 2009, assinou contrato com o Guaratinguetá, e em 2010 com o Rio Branco, mas não veio a jogar nenhuma partida por estas equipe. E logo após se aposentou. Ainda em 2010, iniciou a carreira de empresário, estando diretamente envolvido na negociação do meia Deco com o Fluminense.